Textos

A UM PROVINCIANO*
Manuel de todas as Bandeiras –
Bandeira de “tantos nomes”
Que emana o “eu” profundo
E o “nós” de todos os dias...

Manuel sem fronteiras,
“Sem família, sem religião
Sem filosofia...”
— Ave Maria!
(O crepúsculo... Cuidado!
O silêncio se faz absoluto.
Mas não durma!
Seja prudente, ó aquarela das canções naturais!)
Há uma “estrela da vida inteira”
Pontilhando a “cinza das horas”
No “mafuá do malungo”
Cantando a “lira dos cinquent’anos”
Partindo feito “estrela da tarde”
Sorrindo feito “estrela da manhã”
Com “libertinagem” de criança
Que deixa “o ritmo dissoluto”
Invadir a alma em “carnaval”
E, num “opus 10”, dizer:
— “Belo belo”!

Assim foi o poeta provinciano
Que “nunca soube escolher bem uma gravata”.
E, tísico, vejo-me no “tísico profissional”
Fazendo versos do versejar de um camaleão
“Pernambucano que repugna a faca do pernambucano.”

***


*Homenagem ao poeta Manuel Bandeira
GILMAR PEREIRA LIMA
Enviado por GILMAR PEREIRA LIMA em 30/07/2010
Alterado em 19/04/2015
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